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Justiça começa a ouvir testemunhas na Publicano 5


Luiz Antônio de Souza: ex-auditor é o principal delator da Publicano


O juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, começa ouvir testemunhas de acusação e de defesa a partir da próxima segunda-feira (7) da Operação Publicano 5 que investigou esquema de cobrança de propina incrustado na Receita Estadual do Paraná. O MP (Ministério Público) elencou 19 testemunhas, sendo que 12 serão ouvidas em Londrina na próxima semana. Depois das testemunhas, o juiz deverá interrogar nesta fase os 52 réus que são acusados de 42 fatos criminosos. 



A Publicano 5, apelidada de "Publicano dos Porcos", é operação em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) constatou que mesmo de dentro da prisão o ex-auditor fiscal Luiz Antônio de Souza (principal delator da Publicano) continuava praticando delitos. Com a ajuda de familiares e pessoas próximas, estaria extorquindo empresários do setor de frigoríficos para não incluí-los nos depoimentos de delação. Além da extorsão, o Gaeco apontou ainda os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva tributária, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, e associação e organização criminosa cometido pelos demais réus. Segundo as investigações, frigoríficos da região teriam sonegado milhões em impostos e, para isso, pagado propinas também milionárias aos auditores. 

Para o promotor do Gaeco, Leandro Antunes, esta fase de oitivas na Justiça é primordial para comprovar os fatos desbaratados pelo Ministério Público. "Entre as testemunhas estão particulares que foram extorquidos ou trabalhavam próximos aos empresários que cometeram os crimes" disse Antunes ao lembrar que há testemunhas ainda que são "peças-chave" para demonstrar a lavagem de dinheiro proveniente do esquema corrupto na Receita Estadual. 

Depois de ouvir testemunhas e interrogar os réus, o processo da Publicano 5 segue para as alegações finais da defesa e do Ministério Público. Não há previsão de data para sentença do juiz. "Essa extensa ação demonstra o importante atuação do Gaeco no combate à corrupção", salientou Antunes. 

Ricardo Chicarelli/07-02-2017
Ricardo Chicarelli/07-02-2017 - Juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal: 12 das 19 testemunhas serão ouvidas em Londrina
Juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal: 12 das 19 testemunhas serão ouvidas em Londrina


COLABORAÇÃO PREMIADA 
Ao deflagrar a Publicano 5 em maio de 2016, a Justiça chegou a suspender os benefícios acordado com o delator Luiz Antônio de Souza e a liberdade prometida chegou a ser ameaçada. Na ocasião além dos auditores fiscais, Rosângela Semprebom (irmã de Luiz Antônio) e José Luiz Favoreto foram presos os empresários Aparecido Domingues dos Santos, Antonio Luiz da Cruz, Jorge Macri e Donizete das Dores, todos do setor de suínos. Todos os réus respondem em liberdade. 

Em março de 2017, os promotores renovaram o acordo de colaboração e auditor conseguiu a prisão domiciliar. Ele foi o primeiro auditor a ser exonerado do cargo. Souza negou à época a extorsão, entretanto admitiu que teria pelo menos R$ 2 milhões a receber a título de propina dos empresários do setor de suínos. De um empresário de Quatiguá, apelidado de Dinho do Porco, teria recebido entre R$ 500 mil e R$ 600 mil após ser preso, mas antes de fazer o acordo de delação premiada. Souza teria recebido ainda quatro caminhões avaliados em aproximadamente R$ 900 mil.
Guilherme Marconi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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