Aula reunindo professores de diversas disciplinas ajuda o aluno a entender o conteúdo de forma mais abrangente
AMPLA COMPREENSÃO - 'Aulão' interdisciplinar
A Segunda Guerra Mundial e suas consequências foram abordadas em áreas como Física, Química, Matemática, Geografia, História e Artes
Ainda como parte das atividades, alunos montaram a exposição fotográfica "Memórias de uma Guerra" e confeccionaram origamis de tsuru
O vestibular, apesar de ainda ser um modelo de avaliação muito criticado por educadores, tem passado por várias modificações ao longo dos últimos anos. As questões "decorebas" tornaram-se mais reflexivas com conteúdos tradicionais misturados a atualidades. Grande parte dessa mudança se deve à expansão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que trouxe um perfil de prova diferente, com demanda mais analítica e menos memorização, fazendo uma combinação de gráficos, textos, imagens e conteúdos diversos. Tanto que um mesmo enunciado é utilizado para questões de disciplinas de áreas distintas, como matemática e geografia, por exemplo.
Com isso, os famosos macetes para decorar fórmulas e datas estão em desuso. Se há pouco mais de uma década era fundamental lembrar que E=m.c2, ou que o valor de "pi" é 3,14, a maioria das provas já trazem esses números na contracapa, bem como a famosa tabela periódica com todos seus elementos químicos. Que fique bem claro que esses itens continuam sendo importantes, mas não são mais a essência do teste. Sendo assim, os formatos de aulas meramente expositivas também passaram por uma reformulação. Agora, os conteúdos lecionados precisam fazer sentido ao aluno e, acima de tudo, ter relação entre si. Uma tendência, aparentemente - e felizmente - sem volta.
Preocupado em desenvolver uma metodologia em que os alunos não sejam apenas um espectador, mas um participante ativo do processo, o Colégio Universitário tem buscado incentivá-los a refletir sobre as informações que recebem e qual o impacto delas em sua existência. Afinal, o que mudaria na vida de um adolescente de 15 anos saber sobre a composição da bomba atômica e como foi utilizada nos bombardeios nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki? "O conteúdo precisa fazer sentido para eles, mas, principalmente, perceberem de que não se trata de um fato isolado", resume a diretora educacional, Raquel Calil Ruy.
Um vez ao mês, portanto, um "aulão" especial é realizado para os alunos do 9º ano e do Ensino Médio com um tema diferente. O mês de agosto, marcado pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e seus desdobramentos, teve o assunto como cerne da atividade. Para tanto, reuniu professores de áreas como Física, Química, Matemática, Geografia, História e Artes, com o objetivo de trabalhar a interdisciplinaridade. "Não é apenas todas as disciplinas falarem sobre o mesmo assunto, mas abordarem o conteúdo de forma que os alunos enxerguem a relação entre os diversos campos. Interdisciplinaridade dá significado ao conteúdo escolar", diz Raquel.
Professor de História, Rafael Ferreira explica que abordou com os alunos as razões da Segunda Guerra Mundial, o crescimento do nazismo e a força da Alemanha nesse contexto. "Havia um investimento maciço no desenvolvimento da tecnologia, que era a ideia de um mundo com mais civilidade que prezava pelo progresso. Com isso, lembrei sobre o Darwinismo, na Biologia, e as grandes influências da corrente positivista dos pensadores comentados na Sociologia. Fui 'amarrando' os assuntos das disciplinas para que os alunos pudessem ver que tudo está relacionado e são essas ações que resultam na história propriamente dita. Não faria diferença para eles saberem somente que morreram 10 milhões de pessoas ou 100 milhões de pessoas. Tudo isso traz uma consciência e interiorização do conteúdo", relata.
Alcides Beleze, professor de Física, diz que tentou abordar em sua disciplina mostrando como uma mesma descoberta de recursos pode ser usada tanto para o bem como para o mal. "De nada adianta eu chegar com uma fórmula pronta, sem contextualizar seu surgimento. Enquanto fui matematizando as expressões, expliquei que, nesta época, houve a confirmação do átomo, descoberta do nêutron, e, sobretudo, a descoberta da quebra do átomo - e isso fez toda a diferença no desenvolvimento da bomba atômica", comenta ele, atentando que aulas interdisciplinares são fundamentais para a manifestação do senso crítico do aluno, mas, sobretudo, para o sentimento humanitário e afetivo.
O "aulão" pode ser considerado também, o fechamento do trabalho realizado durante todo o mês de agosto com alunos de outras séries do colégio. Os estudantes do 9º ano montaram uma exposição fotográfica com o tema "Memórias de uma Guerra", nos painéis dos corredores da instituição. A atividade foi realizada nas aulas de História, na qual fizeram uma pesquisa e escolheram as imagens mais marcantes para compor a exposição, e de Artes, contando com a contribuição dos alunos do 4º e 7º ano, que produziram origamis de tsuru, um símbolo da paz.
Com isso, os famosos macetes para decorar fórmulas e datas estão em desuso. Se há pouco mais de uma década era fundamental lembrar que E=m.c2, ou que o valor de "pi" é 3,14, a maioria das provas já trazem esses números na contracapa, bem como a famosa tabela periódica com todos seus elementos químicos. Que fique bem claro que esses itens continuam sendo importantes, mas não são mais a essência do teste. Sendo assim, os formatos de aulas meramente expositivas também passaram por uma reformulação. Agora, os conteúdos lecionados precisam fazer sentido ao aluno e, acima de tudo, ter relação entre si. Uma tendência, aparentemente - e felizmente - sem volta.
Preocupado em desenvolver uma metodologia em que os alunos não sejam apenas um espectador, mas um participante ativo do processo, o Colégio Universitário tem buscado incentivá-los a refletir sobre as informações que recebem e qual o impacto delas em sua existência. Afinal, o que mudaria na vida de um adolescente de 15 anos saber sobre a composição da bomba atômica e como foi utilizada nos bombardeios nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki? "O conteúdo precisa fazer sentido para eles, mas, principalmente, perceberem de que não se trata de um fato isolado", resume a diretora educacional, Raquel Calil Ruy.
Um vez ao mês, portanto, um "aulão" especial é realizado para os alunos do 9º ano e do Ensino Médio com um tema diferente. O mês de agosto, marcado pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e seus desdobramentos, teve o assunto como cerne da atividade. Para tanto, reuniu professores de áreas como Física, Química, Matemática, Geografia, História e Artes, com o objetivo de trabalhar a interdisciplinaridade. "Não é apenas todas as disciplinas falarem sobre o mesmo assunto, mas abordarem o conteúdo de forma que os alunos enxerguem a relação entre os diversos campos. Interdisciplinaridade dá significado ao conteúdo escolar", diz Raquel.
Professor de História, Rafael Ferreira explica que abordou com os alunos as razões da Segunda Guerra Mundial, o crescimento do nazismo e a força da Alemanha nesse contexto. "Havia um investimento maciço no desenvolvimento da tecnologia, que era a ideia de um mundo com mais civilidade que prezava pelo progresso. Com isso, lembrei sobre o Darwinismo, na Biologia, e as grandes influências da corrente positivista dos pensadores comentados na Sociologia. Fui 'amarrando' os assuntos das disciplinas para que os alunos pudessem ver que tudo está relacionado e são essas ações que resultam na história propriamente dita. Não faria diferença para eles saberem somente que morreram 10 milhões de pessoas ou 100 milhões de pessoas. Tudo isso traz uma consciência e interiorização do conteúdo", relata.
Alcides Beleze, professor de Física, diz que tentou abordar em sua disciplina mostrando como uma mesma descoberta de recursos pode ser usada tanto para o bem como para o mal. "De nada adianta eu chegar com uma fórmula pronta, sem contextualizar seu surgimento. Enquanto fui matematizando as expressões, expliquei que, nesta época, houve a confirmação do átomo, descoberta do nêutron, e, sobretudo, a descoberta da quebra do átomo - e isso fez toda a diferença no desenvolvimento da bomba atômica", comenta ele, atentando que aulas interdisciplinares são fundamentais para a manifestação do senso crítico do aluno, mas, sobretudo, para o sentimento humanitário e afetivo.
O "aulão" pode ser considerado também, o fechamento do trabalho realizado durante todo o mês de agosto com alunos de outras séries do colégio. Os estudantes do 9º ano montaram uma exposição fotográfica com o tema "Memórias de uma Guerra", nos painéis dos corredores da instituição. A atividade foi realizada nas aulas de História, na qual fizeram uma pesquisa e escolheram as imagens mais marcantes para compor a exposição, e de Artes, contando com a contribuição dos alunos do 4º e 7º ano, que produziram origamis de tsuru, um símbolo da paz.
Marian Trigueiros
Reportagem Local-folha de londrina
Reportagem Local-folha de londrina


