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Brasil sobe a novo patamar de destruição na Pandemia


 O Brasil bate mais um recorde de mortes pelo novo coronavírus e registra, nesta terça-feira (30), 3.780 novos óbitos e mais 84.494 casos de covid-19, fazendo do Brasil um epicentro global da doença. Embora os dados tenham impacto do represamento de dados causado por uma mudança no sistema na semana passada e pela subnotificação comum no fim de semana ―quando as equipes dos laboratórios são reduzidas e atuam em regime de plantão―, a situação da pandemia no país segue se agravando.

Há duas semanas, a média móvel de mortes notificadas diariamente, um número que não considera as variações de cada dia e do do fim de semana, está acima de 2.000. É também um recorde, que mostra que o país estacionou em novo patamar de destruição na pandemia. A pressão hospitalar segue forte na maioria dos Estados ―17 estão com taxas de ocupação acima de 80% de ocupação de leitos de UTI― e todos eles, além do Distrito Federal, estão em “estoque crítico” de medicamentos usados para intubar pacientes.

O Governo Federal tenta viabilizar importação dos insumos, mas admite que, no curto prazo, terá de contar com a produção nacional. São Paulo, o Estado mais populoso do país e responsável por quase um terço dos óbitos registrados nesta terça, adotou a chamada “fase emergencial” da quarentena para aumentar as medidas restritivas há duas semanas, mas mesmo assim as taxas de isolamento tiveram uma variação pequena e as novas hospitalizações diárias apresentaram apenas uma queda leve.

O índice de isolamento social do Estado saiu de 42% no dia 8 de março para 43% nas duas segundas seguintes, já na fase emergencial, que permite o funcionamento apenas de atividades essenciais. No último fim de semana, a média móvel de novas internações em leitos de covid-19 caiu pela primeira vez desde o dia 16 de fevereiro, mas a redução foi de apenas 1,5%. O Estado está com 92,3% de ocupação em UTI e de 81,8% em leitos clínicos. E segue enfrentando fila por hospitalização, com pessoas internadas até mesmo em unidades de pronto-atendimento, que deveriam apenas estabilizá-las antes de transferi-las a hospitais mais estruturados. São Paulo também bateu seu próprio recorde mais uma vez nesta terça: foram 1.209 óbitos notificados em 24 horas. E deve continuar na chamada “fase emergencial” ao menos até o próximo dia 11 de abril. Até lá, as autoridades sanitárias vão analisar se os índices da pandemia permitem algum relaxamento da quarentena ou exige mais regras. Em geral, a avaliação é de que ainda não houve tempo suficiente para avaliar os impactos das medidas em curso nas últimas duas semanas.

FÁBIO CAMPANA

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