[Fechar]

Últimas notícias

Santa Mariana empenhada na reconstrução

Funcionários municipais e da Defesa Civil trabalham 24 horas por dia para tentar restabelecer a rotina normal aos mais de 13 mil habitantes

Anderson Coelho
Um grande volume de granizo caiu sobre Santa Mariana no dia 23 de março danificando mais de 700 casas

Santa Mariana - Uma semana depois da forte tempestade de granizo que devastou a cidade, Santa Mariana ainda tenta contabilizar o tamanho do prejuízo. Segundo a prefeitura, mais de 700 casas foram atingidas e deixaram mais de 2 mil pessoas desabrigadas por alguns dias. Funcionários municipais e da Defesa Civil trabalham 24 horas por dia para tentar restabelecer a rotina normal da pequena cidade de pouco mais de 13 mil habitantes.
Por onde se olha, ainda é possível ver rastros do gelo e do vento de mais de 100 quilômetros por hora que atingiram em cheio a cidade. Segundo o prefeito Jorge Rodrigues Nunes, nenhum bairro escapou, somente a zona rual. Os prejuízos são incalculáveis para os cofres públicos, e também para a iniciativa privada.
Aos poucos, a cidade tenta voltar à rotina. Porém, ainda resta muito trabalho. Ontem, Nunes e sua equipe juntavam os últimos dados para finalizar o relatório que vai estabelecer a situação de emergência. A expectativa é de que o Governo do Paraná envie recursos para ajudar na recuperação da estrutura do município. "Além de marianenses, são paranaenses e brasileiros, e existe uma corresponsabilidade de todas as esferas", clamou o chefe do executivo.
De acordo com a Defesa Civil, entre 150 e 200 casas já foram consertadas nos últimos dias e seus moradores já puderam voltar a habitá-las normalmente. As que ainda restam estão cobertas com lona plástica doada por municípios vizinhos. Segundo a prefeitura, foram distribuídos cerca de 70 rolos do material usado como forro provisório nas residências. "Temos cerca de 700 famílias que necessitam urgentemente de telhas", calculou o prefeito. Ele aponta que serão necessárias em torno de 28 mil telhas para cobrir novamente todas as casas avariadas. Ontem, mais de 3 mil unidades provenientes de doações chegou a Santa Mariana.
Dessa forma foi possível esvaziar o ginásio municipal, que serviu de abrigo para os desalojados nos dias que sucederam o temporal. O número de pessoas abrigadas por lá, que chegou a ser de quase 50 no fim de semana, já caiu para menos de dez, segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, Wilson Bassi. A previsão é de que o conserto das casas afetadas dure ao menos 40 dias.
O Hospital Santa Alice, o único da cidade, receberá uma nova cobertura, que custará aos cofres públicos cerca de R$ 100 mil. Além dele, as escolas também estão na lista de prioridades. A previsão é de que as aulas sejam 100% restabelecidas ainda nesta semana. Cerca de 350 crianças e adolescentes ainda estão sem aula por conta da interdição no Colégio Estadual Carmela Dutra, o maior da cidade. "Estamos tentando o mais rápido possível limpar a cidade, que ainda está um caos", disse o prefeito.
O prejuízo também foi grande no campo, onde mais de 600 hectares foram devastados. "Equilíbrio é a palavra-chave. Na realidade, não é só o prejuízo da iniciativa pública, temos também a iniciativa privada. As agências bancárias tiveram muitos equipamentos queimados, lotéricas também. As coberturas estão comprometidas. E assim por diante. Está todo mundo trabalhando para recuperar seus imóveis para tentar voltar à normalidade, e isso vai tempo", observou o prefeito. Os serviços de energia elétrica e abastecimento de água foram restabelecidos no fim de semana.
A Defesa Civil reforça que os moradores ainda necessitam de doações, principalmente de telhas e colchões. Quem quiser contribuir pode levar os materiais até a sede da Secretaria de Assistência Social, na Vila Santa Rita, em Santa Mariana. Mais informações pelo telefone (43) 3531-2232.
Rafael Souza
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2